Esperança Costa destaca papel desafiador da mulher na defesa da paz

Angola quer expandir os esforços da pacificação a todas zonas do continente africano onde persistem situações de insegurança e de conflito, afirmou, esta quinta-feira, a Vice-Presidente da República, Esperança Costa.
Discursando na abertura do I Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia, que decorre desde hoje, em Luanda, disse que no âmbito destes esforços pretende-se que as iniciativas de paz angolana, ainda circunscritas apenas à Região dos Grandes Lagos, se estendam a todas as zonas de tensão no continente africano.
“Angola é um país de paz, com o líder da paz”, por isso, queremos continuar a contribuir na pacificação de África e um mundo reconciliado e democrático.
Esperança Costa referiu que na busca incessante por estes valores, o Chefe de Estado angolano, na qualidade de campeão da União Africana para a Paz e Reconciliação em África, está a desenvolver iniciativas visando a promoção do diálogo e de processo políticos inclusivos, que levem a resolução de conflitos no leste da República Democrática do Congo (RDC), na República Centro Africana (RCA), no Sudão e outras regiões.
Noutro plano no seu discurso, augurou que o encontro faça uma ampla reflexão sobre o papel da mulher na construção da paz e de harmonia entre os povos e as nações.
Por isso, disse, registou com satisfação o facto de o evento reunir delegações de vários países do continente e de outros quadrantes, com a intenção de contribuir para o aprofundamento do debate em torno da construção de uma sociedade de equidade, onde a participação da mulher possa jogar um papel preponderante para a resolução do problemas socioeconómicos e políticos que o continente ainda enfrenta.
Esperança Costa realçou que a paz e a democracia constituem esteios para a realização da mulher, que se vê, em muitas regiões do mundo e do continente, vergada pelo peso das alterações climáticas, dos conflitos da pobreza, da falta de acesso à terra, da insegurança alimentar, falta de comunidades resilientes e de formação que a habilite a participação cabal nas transformações sociais.
Conforme a Vice-Presidente, há 21 anos Angola testemunhou o silenciar da armas e busca continuamente pela consolidação da paz, do desenvolvimento, da reconstrução nacional e neste processo a mulher angolana tem tido um papel central, constituindo o suporte para se desenvolverem políticas de promoção da participação feminina.
O objectivo, prosseguiu, é conseguir, a curto prazo, uma paridade de 50 % ou aproximada na política, economia e social, o que só será possível se a mulher continuar a constituir-se num alicerce das estratégias voltadas ao desenvolvimento.
Figuras importantes como a ex-Presidente da Libéria, Ellen Johnson, ex-Vice-Presidente da Costa Rica, Epsy Cambell Barr, representantes das Nações Unidas e diplomatas vão apresentar os cinco painéis temáticos em abordagem no evento que decorre até sexta-feira.
“Os desafios da globalização no processo de empoderamento do género”, “Inovação Tecnológica e educação para o alcance da igualdade do género”, “A formalização como mecanismo de inclusão social e financeira”, “Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano” e o “Papel da mulher na consolidação da paz e preservação de conflitos”, são os assuntos agendados para debate no encontro internacional.
O fórum, que decorre sob o lema: a inovação tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente Africano, tem como público-alvo mulheres líderes de organizações regionais africanas, de países membros, chefes de governo e membros da CPLP, da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), representantes de missões diplomáticas, de empresas públicas e privadas, entre outros.
Esperança Costa recordou que o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou, por unanimidade, a 31 de Outubro de 2000, a Resolução n.º1325, que reafirma a importância da participação das mulheres e da inclusão, na perspectiva do género, nas negociações da paz, nos planos humanitários, nas operações de manutenção da paz, da governação e na construção da paz, pós-conflito.
“Como Estado-membro, Angola tem promovido a igualdade de direitos e de oportunidades, bem como a implementação do Plano Nacional de Acção para a Implementação da Resolução 1325 (2000) sobre as Mulheres, Paz e Segurança. Angola atingiu a igualdade de género em mais de 40% de mulheres na vida política e na liderança”, asseverou.
Esperança Costa, recorrendo ao discurso de investidura, a 15 de Setembro de 2022, do Presidente da República, João Lourenço, citou a seguinte afirmação: “Honraremos o compromisso de continuar a lutar pela igualdade do género, pela igualdade de oportunidades e promoção da mulher para os mais altos cargos de direcção e chefia no aparelho do Estado, nos cargos públicos e de liderança em diferentes sectores da sociedade angolana”.
A Vice-Presidente da República expressou que em todas as esferas, a mulher assume, cada vez mais, uma nova postura, um novo paradigma, independentemente da geografia e do campo de actuação, sendo que o seu multifacetado papel deixou de limitar-se à administração do lar, da educação e cuidado dos filhos.
“Hoje, o seu papel passa também pela liderança de iniciativas na educação, na pesquisa, na tecnologia, na inovação e no desenvolvimento sócioecónomico. Esse é o retrato da nova mulher, que se lança às oportunidades e revoluciona o empoderamento, a maternidade, a família e o voluntariado, nesta sociedade em plena transformação”, salientou.
Assim, apontou que é necessário continuar a superar as barreiras e condicionalismos socioculturais, estereótipos e preconceito, pois, remover estas barreiras é tornar a mulher protagonista e agente das transformações da época.
Sublinhou que os actuais desafios da humanidade exigem um olhar mais atento à formação e à especialização da mulher, sendo urgente reforçar a sua capacitação, particularmente, na alfabetização, no acesso equitativo à educação de qualidade, no ensino técnico e profissional, em alinhamento com o 4º Objectivo de Desenvolvimento Sustentável.
Figuras importantes como a ex-Presidente da Libéria, Ellen Johnson, ex-Vice-Presidente da Costa Rica, Epsy Cambell Barr, representantes das Nações Unidas e diplomatas vão apresentar os cinco painéis temáticos em abordagem no evento que decorre até sexta-feira.
“Os desafios da globalização no processo de empoderamento do género”, “Inovação Tecnológica e educação para o alcance da igualdade do género”, “A formalização como mecanismo de inclusão social e financeira”, “Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano” e o “Papel da mulher na consolidação da paz e preservação de conflitos”, são os assuntos agendados para debate no encontro internacional.
O fórum, que decorre sob o lema: a inovação tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente Africano, tem como público-alvo mulheres líderes de organizações regionais africanas, de países membros, chefes de governo e membros da CPLP, da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), representantes de missões diplomáticas, de empresas públicas e privadas, entre outros