LUANDA | HOTEL INTERNCONTINENTAL

2 dias / 4 temas
22 oradores / 6 workshops
Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia

25 à 26 de Maio de 2023

nuno_albino_181493724562ee3baf76d0c_1389177150646c836b4f8a4.jpeg

Maio 23, 2023 Bienal de Luanda0
Angola acolhe, de 25 a 26 deste mês, o 1º Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia, anunciou, ontem, em conferência de imprensa, no Centro de Imprensa “Aníbal de Melo” (CIAM), o secretário de Estado para a Comunicação Social, Nuno Caldas, na qualidade de porta-voz do evento.

Com o objectivo de capitalizar a importância e a reflexão da paz e democracia no continente africano, bem como reafirmar o compromisso político com a igualdade de gênero, o empoderamento da mulher e meninas, o Fórum prevê destacar, entre outros, o papel que o Presidente da República, João Lourenço, tem desempenhado no quadro da promoção da paz e reconciliação em África, razão pela qual mereceu o reconhecimento pela União Africana do título de “Campeão da Paz”.

O 1º Fórum Internacional da Mulher para Paz e Democracia vai decorrer no Hotel Intercontinental, sob o lema “Inovação Tecnológica como ferramenta para o alcance da segurança alimentar e combate à seca no continente africano”.

O porta-voz do evento, Nuno Caldas, fez saber que a realização do Fórum se insere no âmbito da Bienal de Luanda – O Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz e Não-Violência, uma iniciativa conjunta do Governo angolano, UNESCO e da União Africana, com o objectivo de promover a paz, prevenir a violência, fomentar a resolução pacífica de conflitos e o incentivo ao intercâmbio cultural em África e o diálogo intra-geracional.

“O Fórum marca um ponto de viragem na promoção e defesa da igualdade, emancipação, progresso sócio-económico, erradicação da violência, enquanto prioridades fundamentais do Executivo angolano e da Agenda Comum, definida pelas Nações Unidas, que privilegia, sobretudo, a paz e a democracia”, destacou.

Acrescentou que o grande evento que Angola acolhe está aliado à Agenda Global para a Protecção e Promoção da Igualdade, consagrada na Carta das Nações Unidas e com o Programa ONU Mulheres, a fim de empoderar as mulheres, garantir a conquista da igualdade entre mulheres e homens, como parceiros e beneficiários do desenvolvimento em África, dos Direitos Humanos, da acção humanitária e da paz, e seguranças nacionais.

O Fórum vai servir, ainda, de plataforma privilegiada para a reflexão e construção de sinergias, promoção de iniciativas das mulheres jovens, sob o pilar do empoderamento económico, além de divulgar as concretizações nacionais sobre os Direitos Humanos e das mulheres, a participação política e social, o fortalecimento de políticas, planos e projectos que atendem necessidades e prioridades das mulheres no continente africano.

Durante os dois dias do evento, profissionais de referência nacional, regional e internacional, destacando-se líderes políticos, sociais, culturais, filantrópicos e de empreendedorismo social, vão reflectir em torno de diversos temas, como “Os desafios da globalização  no processo de empoderamento de género”, “Inovação Tecnológica e educação para o alcance da igualdade de gênero”, “A formalização como mecanismo de inclusão social e financeira”, “Desafios da segurança alimentar e alterações climáticas no continente africano”, e “O papel da mulher na consolidação da paz e prevenção de conflitos”.

Mulher angolana na consolidação da paz e democracia

O secretário de Estado para a Comunicação Social realçou que o 1º Fórum representa um factor simbólico e relevante para Angola, para o continente africano e, sobretudo, para o mundo, porque o país tem uma experiência positiva na inclusão e participação da mulher.

Nuno Caldas destacou que, a nível da composição do Parlamento, Angola conta com cerca de 49 por cento de mulheres, no Governo 40 por cento, e em alguns órgãos partidários, como o MPLA, cuja participação é de 51 por cento, um número acima da presença masculina, o que demonstra um factor positivo de impulso para que a mulher possa, efectivamente, assegurar e dar o contributo para a paz e democracia em África.

Ressaltou ainda que, do ponto de vista dos órgãos de soberania, o país tem no Governo como Vice-Presidente uma mulher, assim como no Parlamento e mulheres nos órgãos judiciais.

A realização deste evento, reforçou, vai demonstrar o que Angola representa no cumprimento das recomendações de outros fóruns internacionais,  como as Nações Unidas, na inclusão e participação das mulheres na vida do país.

Participações no evento

Segundo Nuno Caldas, na abertura do Fórum estão previstas as participações de 600 pessoas e mais de mil durante a realização dos painéis, no Hotel Intercontinental, e as actividades paralelas.

Reiterou a busca de experiência de outros países, de líderes políticos e sociais que tenham exercido funções noutras latitudes do mundo, frisando que o evento vai contar com a presença de figuras africanas como a ex-Presidente da República da Libéria, Ellen Johnson, e a ex-Vice-Presidente da Costa Rica e membro do Fórum Permanente de Pessoas de Ascendência Africana do ACNUR, Epsy Campbell Barr.

Até, então, estão confirmadas as presenças da embaixadora de Angola na República de Cuba, da presidente do PHA, Florbela Malaquias, da directora executiva do Grupo Banco Mundial para Angola, Nigéria e África do Sul, Ayanda Dlodlo, e da coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas em Angola, Zahira Virani.

Programa dos 2 (dois) dias

A 25 deste mês, o primeiro dia do fórum, está previsto, depois da sessão de abertura, o painel com o tema “Os desafios da globalização no processo do empoderamento de gênero”, que vai ter como moderadora a ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, e como oradoras a ex-Presidente da República da Libéria e Prêmio Nobel da Paz em 2021, Ellen Johnson Sirleaf, e a ex-Vice-Presidente da Costa Rica e membro do Fórum Permanente de Pessoas de Ascendência Africana do ACNUR, Epsy Campbell Barr.

Para o tema “Inovação Tecnológica, Educação para o Alcance da Igualdade de Género, Desafios e Oportunidades”, estão previstas as oradoras Laurinda Hoygaard, economista e membro do Conselho Econômico e Social, Maria Cândida Teixeira, embaixadora de Angola em Cuba, Marie Keysire, representante da ONU Mulheres em Moçambique, e Mara Quiosa, governadora da província de Cabinda.

Dos eventos paralelos, no dia 25, acontece a aula magna que vai decorrer sob o tema “Desafios da Segurança Alimentar e Alterações Climáticas no Continente Africano”, com o antigo ministro da Agricultura e Equipamento Rural e actual embaixador do Senegal na Itália.

Para o segundo e último dia do Fórum, estão previstos dois painéis. Um sobre os “Desafios da Segurança e as Alterações Climáticas no Continente Africano” e o “Papel da Mulher na Consolidação da Paz e Prevenção de Conflitos”.

No painel sobre “Desafios da Segurança Alimentar e Alterações Climáticas”, destaca-se a presença da comissária para Agricultura e Desenvolvimento Rural, Economia Azul, Ambiente Sustentável da União Africana, Josefa Sacko.

Entre os participantes ao evento, destacam-se, também, a ministra da Acção Social, Família e Promoção da Mulher, Ana Paula do Sacramento Neto, Binto Keita, enviada especial do Secretário-Geral das Nações Unidas para a RDC e chefe da MONUSCO (Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo).

Segundo Nuno Caldas, a abordagem dos temas enquadra-se na reflexão universal do foco intercontinental e nacional, tendo em atenção os principais eixos da Estratégia de Longo Prazo 2050, da Agenda do Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas 2030 e da Agenda 2063 da União Africana.

Foi criado, também, um sítio na Internet forum.bienaldeluanda.gov.ao, onde os cidadãos podem acessar e participar no evento.

 

FONTE: Jornal de Angola


minfin280905.webp

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
De Nkumba a Rumba: O rico Património Cultural Intangível dos Congos

A história muitas vezes esquecida da rumba congolesa mostra o quão resilientes os africanos têm sido face à adversidade.

Rumba ou “nkumba” (umbigo em Kikongo), na sua formulação original, descreve a união e fricção de umbigos, uma dança que marcou as celebrações para os povos do Reino do Kongo (que abrangeu o que hoje conhecemos como Angola, a República do Congo e a República Democrática do Congo).

A Rumba Congolesa moderna, contudo, é muito mais do que apenas uma dança ou estilo musical, encarna a criatividade, espírito, filosofias e cultura do povo congolês. É o legado dos escravos, constrangidos a deixar o seu país para as Américas sem nada mais do que a sua essência para ligá-los ao continente. É o produto de uma troca entre os dois Congos e Cuba, e mais tarde um grito de movimentos de libertação.

Foi ao ritmo da “Indépendance Cha Cha” do Grand Kallé que a maioria dos Congoleses celebrou a sua independência. Esta canção, amplamente difundida nos anos 60, relata os acontecimentos que levaram ao processo de independência. Considerada como um dos primeiros sucessos pan-africanos e da rumba congolesa, esta canção encarna a força e a influência da rumba congolesa através da história. A rumba congolesa também ajudou a aproximar os dois Congos, reforçando as suas identidades culturais e abrindo o caminho para a criação de outros estilos musicais.

Mais recentemente, a rumba congolesa foi reconhecida pela UNESCO como Património Cultural Intangível devido à sua inegável contribuição para a música em todo o mundo, mas também para os valores pan-africanos e a memória africana. Esta nomeação promete ser um grande passo em frente ao destacar a rumba congolesa, promovendo oportunidades de emprego e empreendedorismo na indústria musical e a transmissão de valores culturais na região.

Para celebrar o novo estatuto da rumba congolesa como património intangível da humanidade, dois eventos destacarão a rumba em Luanda e Pointe-Noire, à margem do Dia Internacional do Jazz. Dois concertos do músico Héritier Watanabe terão lugar em Luanda com o apoio da Aliança Francesa nos dias 1 e 3 de Abril, celebrando tanto os 20 anos de paz de Angola como o reconhecimento da rumba como património mundial. Seguir-se-á um grande festival organizado em Pointe-Noire pelo Instituto Francês: “Rumba um dia, Rumba sempre” de 7 a 15 de Abril, apresentando um rico programa de concertos, conferências, workshops e uma exposição, com palestrantes e propostas dos dois Congos, Angola e as diásporas.


minfin280907.webp

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
Esta postagem de blog mostra alguns tipos diferentes de conteúdo com suporte e estilo com o Bootstrap. Tipografia, imagens e código básicos são todos suportados.

 

Fanny Bienga, também conhecida como Paula, é uma artista-pintora nascida em Kinshasa, na República Democrática do Congo, em 1998, e refugiado do ACNUR em Angola. Tornou-se recentemente mãe de uma menina chamada Andrea, que tem agora 10 meses.

1. Como aderiu ao projecto ResiliArt Angola? O que é que isso lhe roporcionou como artista?

Graças à UNESCO, sou uma das candidatas deste maravilhoso projecto, ResiliArt Angola.Tudo começou com um telefonema que recebi uma noite por volta das 20 horas. Um homem contactou-me e convidou-me para participar no ResiliArt Angola, e informou-me que outros jovens artistas angolanos também iriam participar. Disse-lhe de imediato que estava interessada. O meu bebé tinha apenas dois meses de idade!
Para mim, a visibilidade a nível internacional é uma oportunidade de dar a conhecer a minha arte a todo o mundo.

2. O que é que a arte significa para si? Como é que a arte contribui para a paz e o diálogo, e que papel desempenham os artistas?

A arte ajuda-me a expressar coisas que nunca tive a coragem de dizer a outras pessoas. Isto reflecte-se nas minhas pinturas, por exemplo nos quadros Ma vie privée révélée ; Le Masque ; e Le Volcan Goma 2021… A arte oferece-me uma plataforma para me expressar, e contribui para a promoção de uma nova cultura de paz para os jovens. A arte encoraja os jovens a participar em diálogos para a resolução de conflitos. O objectivo da iniciativa é que o artista promova a paz, pintando uma mensagem de paz.

3. De onde vem a sua inspiração para as suas pinturas? O que a motiva no dia-a-dia?

Inspiro-me na realidade do mundo que nos rodeia, e especialmente na mulher e nas crianças fricanas de todo o mundo. Isto pode ser visto no quadro Rire em éclat, onde não há apenas crianças africanas. O amor que sinto pela minha filha dá-me vontade de contribuir para o bem-estar de todas as crianças. Para mim as crianças são preciosas.

4. Qual é o valor acrescentado do intercâmbio cultural estabelecido pela ResiliArt Angola com a cidade de Newark?

O intercâmbio com a cidade de Newark vai proporcionar-me muito a nível pessoal e artístico. A nível pessoal, ainda preciso de apoio. Mas a um nível artístico, o meu nome está agora entre o de artistas internacionais (risos). Estou muito feliz por ter esta oportunidade, e agradeço à UNESCO e ao projecto ResiliArt Angola.

5. Que conselho gostaria de transmitir a outros jovens que querem entrar na indústria da arte?

Em primeiro lugar, ame o seu trabalho e superará qualquer obstáculo na sua vida artística. Digo isto frequentemente, mas nós os africanos negros temos pouco interesse na arte e ainda temos muito que fazer a esse respeito. É por isso que apelo à paciência e desejo muito amor aos meus queridos futuros colegas. Teremos êxito juntos. Que Deus vos abençoe.


ForumMirex.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0

A República de Angola organiza no próximo mês de Maio o 1º Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia, no âmbito da Bienal de Luanda, tendo sido partilhada esta semana, no Conselho Consultivo do Ministério das Relações Exteriores, as informações iniciais sobre o evento pela sua comissão de organização.

Neste momento a informação sobre o evento consta já entre os documentos disponíveis para todos os representantes do corpo diplomático angolano.

O fórum, que decorre no Hotel Intercontinental Miramar em Luanda sob  o tema “A inovação tecnológica como  ferramenta para o alcance da segurança alimentar, combate à pobreza e seca no continente africano” tem lugar nos dias 25 e 26 de Maio próximos.

A abrir no dia em que se celebra o Dia de África, o  fórum está alinhado com a protecção e promoção da igualdade, consagrada na Carta  das Nações Unidas e com o programa da “ONU Mulheres”, que realiza acções a nível global para diversos fins, nomeadamente combater a discriminação contra mulheres e meninas, empoderar as mulheres, garantir a conquista da igualdade entre as mulheres e homens como parceiros e beneficiários do desenvolvimento, dos direitos humanos, da acção humanitária, da paz e segurança.

O  1º Fórum Internacional da Mulher para a Paz e Democracia tem como objectivo  a promoção e ampla divulgação das acções referentes à paz, estabilidade e segurança a nível do continente africano, levadas a cabo pelo Chefe de Estado e Titular do Poder Executivo da República de Angola, enquanto Campeão da Paz.

 O evento insere-se no âmbito da Bienal de Luanda – Fórum Pan-Africano para a Cultura da Paz e Não-Violência, que é uma iniciativa conjunta entre o Governo de Angola, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) e a União Africana (UA), que visa promover a prevenção da violência e fomentar a resolução pacífica de conflitos, incentivando o intercâmbio cultural em África e o diálogo Intra geracional.


cq5dam.thumbnail.cropped.1500.844-1200x675.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
O Presidente da República, João Lourenço, considerou, recentemente, a confiança e unidade na diversidade dos povos de África, como caminho para o continente alcançar a paz e a reconciliação, bem como gerir e solucionar conflitos.

 

O Chefe de Estado angolano fez essa consideração numa mensagem (virtual) difundida numa sessão do Conselho de Paz e Segurança da União Africana realizada em Adis Abeba, Etiópia.

O Presidente João Lourenço alertou para “os graves problemas” que África enfrenta “onde, lamentavelmente, os conflitos armados agravam o flagelo da fome, da miséria e das doenças”.

O Campeão para a Paz e Reconciliação em África pediu que se deixe “definitivamente para trás o passado conturbado de desentendimento, de desarmonia e de discórdia que condicionou e comprometeu a execução de estratégias de desenvolvimento que ajudariam a impulsionar o nosso crescimento económico e colocar-nos a um nível aceitável de competitividade com outras regiões do mundo”.

João Lourenço na sua intervenção, na qualidade de campeão para a paz e reconciliação em África, sublinhou ainda que é imperativo concretizar os objectivos da agenda 2063 e colocar África na rota do desenvolvimento.

A mensagem marcou o lançamento do “Dia da Paz e Reconciliação em África”, que passa agora a ser comemorado todos os dias 31 de Janeiro, em conformidade com a Declaração da 16ª Sessão Extraordinária da Assembleia da União Africana, realizada em Malabo, Guiné Equatorial, a 28 de Maio de 2022.


dalva_ringote_1375109264641585abeb268.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
A ministra de Estado para a Área Social, Dalva Ringote, reafirmou, em Luanda, a preocupação do Executivo angolano com a questão do género e empoderamento da mulher na sociedade, permitindo um melhor posicionamento da mesma.

Dalva Ringote fez estas considerações durante o discurso de abertura do colóquio sobre Mulheres, Tradição e Futuro, organizado pelo Grupo de Mulheres Africanas, que decorreu nas instalações do Shopping Fortaleza.

Na ocasião, a ministra de Estado para a Área Social disse que o Executivo angolano tem vindo a definir um conjunto de estratégias que visam, cada vez mais, o posicionamento político e social das mulheres. “E prova disso, é notarmos o número considerável destas bravas senhoras em cargos de elevada responsabilidade no país”, sublinhou.

Dalva Ringote realçou que as mulheres enfrentam vários desafios, mas o ponto mais alto das suas barreiras depende exclusivamente delas, porque as lutas das senhoras começam entre elas mesmos. “Por isso, todas nós devemos caminhar juntas, ajudando-nos cada vez mais, para progredirmos todas e termos um país cada vez melhor”, frisou.


francisco_cruz_embaixador_1962067794637764cb5e4d1.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
Angola e a UNESCO manifestaram em Addis Abeba, Etiópia, o interesse em activar o ciclo de preparação da terceira edição do Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz em África – Bienal de Luanda, a realizar-se no próximo ano.

Embaixador Francisco da Cruz recebeu a directora do Escritório da UNESCO junto da União Africana, Rita Bissoonauth .

No encontro, Bissoonauth referiu que a Organização augurou, igualmente, que a III Bienal de Luanda tenha como um dos principais temas a Educação, considerado um importante pilar para o desenvolvimento da humanidade, sublinha a nota da missão diplomática angolana a que o Jornal de Angola teve acesso.

A Bienal de Luanda, que decorre de dois em dois anos, visa promover, de forma permanente e dinâmica, a cultura da paz, que contribui para o reforço da unidade nacional e implica um repúdio inequívoco, individual e colectivo às divisões e à violência que afecta, com graves consequências políticas, económicas e sociais, muitos países de África, em particular, os da região dos Grandes Lagos, colocando em causa o objectivo estratégico de silenciar as armas no continente.

Angola realizou a Bienal de Luanda em Setembro de 2019 e Outubro de 2021, em parceria com a União Africana e a UNESCO, para reforçar o movimento Pan–Africano e a Cultura da Paz e da não violência, fundamentalmente, através do estabelecimento de uma aliança multilateral entre Governos, sociedade civil, comunidade artística e científica, bem como o sector privado e organizações internacionais.


2022-05-11t102127z_1040161515_rc2x4u9gz5jg_rtrmadp_3_ukraine-crisis-un_1.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
Na Cimeira da União Africana, líder da ONU disse que apesar de desafios, continente está no caminho do progresso; António Guterres acredita que com esforços e parcerias para enfrentar desafios, 1,4 bilhão de africanos conseguirão alcançar um futuro mais

 

As Nações Unidas saudaram a parceria com a União Africana e o “enorme potencial” do continente a ser concretizado com o trabalho do bloco regional.

António Guterres disse que apesar dos desafios, a África está a caminho do progresso. Ele citou a Agenda 2063, o plano de acção do continente para eliminar males socioeconômicos, e a Década da Inclusão Financeiro-Econômica das Mulheres.

Além disso, o continente é rico em recursos naturais e tem em sua maior riqueza a diversidade de seus povos, culturas e línguas.


64605178_605.jpeg

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0
Líderes da África Oriental promovem processo de paz no leste da República Democrática do Congo, com uma nova “matriz” de iniciativas e a ratificação do cessar das hostilidades pelo exército congolês e o M23.

Um acordo foi alcançado numa cimeira extraordinária que teve lugar em Bujumbura, no Burundi, com a presença de chefes de Estado de países da África Central e Oriental e que teve por objetivo discutir a situação de segurança no leste da República Democrática do Congo (RDC).

Numa declaração ratificada pelo Presidente congolês democrático, Félix Tshisekedi, e pelo seu homólogo ruandês, Paul Kagamé, em representação dos dois países em conflito, os presentes na cimeira apelaram mais uma vez à “cessação mediata das hostilidades por ambas as partes” e o fortalecimento “do processo político” para negociar o encerramento definitivo das hostilidades.

Entretanto, dirigentes africanos ratificaram também o seu apoio ao roteiro da paz concluído em Luanda, Angola, em julho de 2022, para resolver a crise diplomática aberta depois de o presidente da RDCongo ter acusado o seu homólogo do Ruanda de apoiar a ofensiva liderada pelo Movimento 23 de Março (M23) na região, acusações que o Ruanda rejeita de forma categórica.

Na província congolesa do Kivu do Norte, o grupo rebelde M23 apoderou-se de grandes territórios ricos em minerais e continua a avançar.

 


minfin281741.png

Maio 17, 2023 Bienal de Luanda0

1. Poderia falar-nos do seu trabalho como jornalista?

Comecei a publicar crónicas num jornal criado no liceu Salvador Correia, em 1973, em Luanda. Mais tarde, fui colaborador do Jornal de Angola, publicando artigos e caricaturas, pois também sou desenhador amador. Nos anos 80, entrei para os quadros do Jornal de Angola, como chefe da Área Editorial e da Cultura. No final da década de 80, fui trabalhar para o UNICEF Angola, como Assistente de Informação. Em 2008, entrei para a diplomacia e fui a Paris, trabalhar na Representação de Angola junto da UNESCO, como Adido de Imprensa, cargo que deixei em 2021, para dirigir o jornal CULTURA, em Luanda. Estou aposentado, mas prossigo com um programa de língua
portuguesa na TPA e entrevistas em diversos órgãos. Este ano, recebi o Prémio SADC de Jornalismo, na categoria de Imprensa. Já em 2005, tinha sido galardoado com o Prémio “CNN- Multichoice de Jornalismo”, na mesma
categoria.

Os média podem e devem propagar a paz, dando margem a que todos se pronunciam.

 

2. Considera que a imprensa e os mídias têm uma responsabilidade na promoção da cultura de paz?

A maior das responsabilidades. O conflito no Ruanda começou com um programa na rádio, que alimentava o ódio entre hutus e tutsis. Os média podem e devem propagar a paz, dando margem a que todos se pronunciam, sem exclusão de partes e que estas partes se digladiem, com urbanismo, respeito e civilidade.

 

 

3. Angola venceu o 1º lugar no Prémio de Jornalismo SADC de 2021, na categoria de imprensa, com um artigo de sua autoria intitulado “A síndrome do isolamento cultural entre as nações da África Austral”. O que significa para si esta vitória?

Geralmente em África, mais do que noutras latitudes, o que domina é o discurso e a vontade dos políticos. Os intelectuais têm pouca voz e participação decisiva nas grandes áreas do desenvolvimento regional ou pan-africano, porque não são ouvidos, não são convidados para as cimeiras da União Africana ou outros fóruns. Quando se ganha um prémio regional, em qualquer área, o público desperta para conhecer a obra do vencedor. Se o meu artigo sobre a invisibilidade cultural dos nossos países na África Austral for lido pelos nossos dirigentes na SADC esse seria o meu maior prémio. Porque levanto uma questão muito actual e pertinente. Nós, africanos, não podemos continuar de costas viradas uns para com os outros.

 

 

4. Além de ser jornalista, professor, escritor, também é poeta e ganhou o Prémio de Poesia Sagrada Esperança em 1981, e o Grande Prémio Sonangol de Literatura em 1989. Pensa que os artistas têm também 
um papel a desempenhar na cultura da paz?

Um papel relevante. O nosso mundo é um lugar muito perigoso para viver. Construir os fundamentos da paz é um dever de cada artista. A Minha maior preocupação tem sido com a educação das crianças e dos jovens. Por isso,
sou professor e tenho desenvolvido projectos ligados à escola primária e à educação em geral nas comunidades. Nós, os artistas, devemos dedicar mais tempo a interagir com as crianças, e a forjar atividades lúdicas que
lhes ensinem o respeito pelo outro, o respeito pela diferença e pelo meio ambiente.
5. Que conselhos daria a jovens africanos que gostariam de participar no jornalismo?

O jornalismo é uma das profissões mais perigosas do planeta. Mesmo assim, atrai muitos jovens, devido ao desafio que é comunicar. Esta é uma tendência inata do ser humana, desde os tempos das cavernas. Os jovens aspirantes à carreira de jornalista devem, primeiro, dominar a língua de trabalho. Em segundo lugar, devem ter uma Cultura Geral sólida. Um dos elementos dessa Cultura Geral é o conhecimento da História Geral de África, da História dos seus países, um pouco de filosofia, geografia e ciência. Em suma, o aspirante a jornalista deve ser uma pessoa ávida de conhecimento, para publicar peças jornalísticas de qualidade universal. Para isso, deve ler muito, desde romances, contos, jornais, revistas, ver filmes educativos e participar em debates sobre diversos temas. E, sobretudo, ser um humanista, dominando a Convenção sobre os Direitos da Criança, a Declaração dos Direitos do Homem, a Carta Africana do Renascimento Cultural e outros normativos universais.